Salute

Colostomia: Dicas básicas de alimentação

De todos os procedimentos para confecção de uma ostomia, a colostomia é o mais comum. É possível levar uma vida normal após a cirurgia, mas algumas adaptações são necessárias. Como na alimentação, por exemplo. Nada muito radical: você apenas tem que entender o efeito que certos alimentos têm sobre o seu corpo. Vamos lá?

Logo após a cirurgia, a alimentação é um desafio mesmo. Os médicos já sabem disso e, por esse motivo, começam prescrevendo apenas alimentos muito leves e que não deixam resíduos, como água, chá e gelatina. À medida que esses alimentos são bem tolerados, a dieta pode progredir para caldos salgados leves, então para dieta pastosa (caldos mais espessos, papas, macarrão bem cozido, etc.) e depois para uma dieta leve. Se houver intolerância em qualquer um desses estágios, o médico interrompe a progressão.

A alta hospitalar deverá acontecer apenas depois que você estiver tolerando bem uma dieta mais leve. Aos poucos, você deverá introduzir novos alimentos e retomar, então, a sua dieta habitual.

Veja que a chamada dieta “normal” depois da colostomia é possível. Então, confira as nossas dicas e veja como fazer.

Mas, afinal, o que é colostomia?

colostomia é um tipo de ostomia intestinal de eliminação. Toda vez que o médico precisa produzir uma saída nova, artificial, para as eliminações de algum órgão interno nosso, trata-se de uma ostomia de eliminação. As mais comuns são a colostomia (que comunica o cólon ou intestino grosso com o exterior), a ileostomia (feita a partir do íleo, parte final do intestino delgado) e a urostomia (que liga o sistema urinário ao meio externo).

E por que alguém precisa de uma ostomia? Porque o caminho normal das eliminações não é mais possível para aquela pessoa. No caso da colostomia, as causas podem ser tumores, acidentes, doença inflamatória intestinal, pólipos, divertículos ou defeitos de nascimento.

Como as eliminações acontecem por uma saída artificial não é mais possível ter controle sobre elas e, por isso, é necessário acoplar a essa saída uma bolsa coletora. No caso da colostomia, a localização da bolsa vai depender do ponto do intestino grosso onde foi feito o procedimento, podendo ser à esquerda ou à direita, na região abdominal.

Dependendo da doença ou situação que provocou a necessidade da ostomia, ela pode ser temporária (quando há expectativa de reversão da cirurgia com o restabelecimento do trajeto normal das eliminações) ou permanente.

Orientação nutricional geral para quem possui colostomia

Diferentemente da expectativa que normalmente se tem em torno desse assunto, não há uma recomendação específica de dieta para o paciente colostomizado. A dieta a ser seguida deve ser sempre balanceada, mantendo-se atenção especial para dois aspectos:

  • a necessidade de se manter sempre bem hidratado – a presença da colostomia indica a possibilidade de uma perda acentuada de líquidos, principalmente se há diarreia, por isso é importante assegurar a ingestão de seis a oito copos de água todos os dias;
  • alguns alimentos, apesar de bem tolerados, podem trazer algum sintoma incômodo, como a bolsa inflada, aumento do odor das fezes, etc. Por esse motivo, é importante conhecer bem os efeitos de cada alimento sobre o seu organismo e, assim, poder evitar aqueles que trazem algum desconforto.

Uma boa dica é introduzir um novo alimento no seu cardápio de cada vez, e sempre em pequenas quantidades. Assim, se esse alimento for bem tolerado, você segue em frente e aumenta a quantidade numa próxima vez. Se causar algum desconforto, a orientação é suspender a sua ingestão por algumas semanas e, depois disso, tentar novamente.

Fibras

Quando estiver planejando o seu dia-a-dia, é preciso levar em conta a importância das fibras em sua dieta. Procure ingerir esse tipo de alimento todos os dias, mas sem exagero. Exemplos de alimentos com alto teor de fibra:

  • Pipoca
  • Soja;
  • Grão de bico;
  • Lentilha;
  • Centeio;
  • Milho;
  • Linhaça;
  • Aveia;
  • Frutas e legumes com casca
  • Broto de bambu
  • Acelga chinesa (bok choy)
  • Brócolis chinês
  • Lotus
  • Repolho chinês
  • Nozes
  • Escarola;
  • Espinafre;

Gases

Sabemos que os gases e ruídos são produzidos normalmente em nosso sistema digestivo. Ou seja, o fato de isso acontecer não implica em nenhum problema de saúde para você. Apesar disso, pode ser especialmente embaraçoso para o paciente colostomizado lidar com esses sintomas. Então, para diminuir a liberação de gases, você deve evitar (ou reduzir) o consumo de alguns alimentos. São eles:

  • Farinha branca;
  • Aspargos;
  • Repolho;
  • Bebidas com gás;
  • Leite, queijo e os outros laticínios de alta fermentação;
  • Cebola;
  • Alimentos muito condimentados;
  • Feijão
  • Peixes e frutos do mar.

Odor

Da mesma forma que os gases e o ruído, a presença de odor nas eliminações da colostomia é normal, esperada – e não representa nenhum problema de saúde. Mas também pode ser causa de incômodo, principalmente em situações de convívio social. Por isso, é importante conhecer os alimentos que causam odor nas fezes:

  • Ovos;
  • Cerveja;
  • Alguns e peixes e frutos do mar;
  • Bebidas gaseificadas/ refrigerantes;
  • Laticínios;
  • Alho;
  • Bebidas alcoólicas

Conclusão: com um ou outro pequeno ajuste, você pode ter uma dieta absolutamente normal, se tiver uma colostomia!

Agora você já conhece as orientações nutricionais para quem tem uma colostomia, é importante saber que você deve recorrer ao médico em caso de cólicas, diarreia ou náuseas.

Dado o recado, aproveite esse momento para recuperar as energias, pois você passou por uma cirurgia. E, claro, se procure se adaptar à nova rotina no seu ritmo.

Pode ser desafiante no início mas, você vai ver: logo você se acostuma.

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