Tem um filho com ostomia e ele vai para a escola? Confira aqui algumas dicas práticas para que esse período seja de crescimento e aprendizado para ele. É possível lidar com a situação de forma a tornar a experiência da criança com ostomia na escola mais fácil!
Começo de ano é época de volta às aulas e cada detalhe é importante para que o aluno, seja criança ou adolescente, tenha um ano produtivo, em todos os sentidos.
Então, como fazer? Como ajudar seu filho que tem uma ostomia a enfrentar os desafios que a escola pode lhe trazer?
Nesse artigo, vamos abordar três pontos importantes, aos quais você deverá prestar atenção, de forma a responder a essa pergunta:
- Como preparar seu filho para lidar com os colegas, os professores e as diversas situações que poderão acontecer enquanto ele está na escola;
- De que forma garantir o seu conforto e segurança, no que diz respeito ao cuidado com a ostomia, durante esse período; e
- Como preparar a escola para receber uma criança ou um jovem ostomizado, assegurando que essa seja uma experiência saudável e produtiva, no que diz respeito ao aprendizado, e também ao convívio social.
A ostomia na escola – ajudando seu filho a se preparar
Aqui, uma primeira distinção se faz importante – ela diz respeito à idade de seu filho.
As crianças menores, que não conseguem ainda realizar os cuidados com a ostomia, precisarão do auxílio de um professor ou funcionário da escola. Em alguns casos, poderá até ser um cuidador (alguém da família, por exemplo, que tenha a disponibilidade).
As crianças mais velhas, assim como os adolescentes, têm maior autonomia e poderão se cuidar sem ajuda.
Num caso ou no outro, é importante ajudar seu filho a ter sempre em mente que a ostomia foi uma medida fundamental para salvar a vida dele e, provavelmente, ainda hoje é o que lhe garante a qualidade de vida.
Além disso, fora a necessidade de manter a disciplina e o planejamento para lidar com certas situações, não há nada que a ostomia o impeça de realizar. Ele pode correr, brincar, estudar, praticar esportes, enfim: tudo o que uma criança ou jovem quer e precisa fazer!
Os mais velhos, em especial, podem querer compartilhar sua condição com os amigos. Do ponto de vista prático, essa é sempre uma boa medida, pois soluciona uma série de questões, muito presentes no dia-a-dia, como a frequência das idas ao banheiro, ou eventuais incidentes que possam vir a ocorrer.
Mas é preciso considerar que, nem sempre, as crianças serão compreensivas e, por isso, há risco de bullying. Nada, porém, que uma rotina de conversar em casa de forma aberta sobre o tema, sempre cultivando uma atitude positiva, não possa ajudar a contornar.
O que é importante o jovem ter em sua mochila
Além dos cadernos, lápis e canetas, é importante lembrar sempre de checar os suprimentos necessários para o cuidado com a ostomia. Uma checagem periódica deve ser realizada, seja com os professores, com a própria criança (ou adolescente), seja até inspecionando diretamente a mochila.
Além do material normal para o cuidado, limpeza ou troca da bolsa, convém adicionar uma ou duas bolsas extras, pre-cortadas, se for o caso. Se você tem dúvida de quais produtos ter na mochila, vale consultar nossa orientação sobre o kit de emergência.
Medicamentos precisam estar sempre à disposição
Além disso, é possível que seu filho faça uso de algum medicamento. Não por causa da ostomia mas, eventualmente, pela doença de base. Se for esse o caso, além de ter orientado a escola a respeito do assunto, manter com ele uma cópia da prescrição médica, bem como uma quantidade suficiente de medicamento, para que não falte.
Em especial, se o seu filho ostomizado depender de uma dieta especial, é preciso cuidar disso também. Afinal, não dá para confiar que a cantina da escola terá o cardápio necessário. Se for esse o caso, sempre considere a ideia de mandar o lanche/a refeição dele de casa.
Comunicação com diretores e professores para tornar a situação mais natural
É muito natural que você, e mesmo seu filho, tenha algum receio de como será a recepção na escola, por conta da diferença em relação aos demais alunos. Mas é possível que este processo transcorra sem nenhum problema. Uma estratégia fundamental para conseguir essa tranquilidade é preparar a escola. Por isso, procure conversar com o(s) diretor(es) da escola e, sempre que possível, diretamente com os professores.
Quanto aos professores, uma conversa franca e abrangente para mostrar a eles que, muitas vezes, haverá necessidade de individualizar certas rotinas (por exemplo, ir ao banheiro mais vezes). Além disso, são os mestres os responsáveis por educar as crianças, ajudando-as a combater o preconceito e a ignorância.
Sempre atentos a tudo o que acontece, os professores são fundamentais para combater o bullying. Sendo assim, o jovem terá condições de seguir estudando e se desenvolvendo com tranquilidade.
Já a conversa com o diretor tem por objetivo trazer a confiança de que a instituição fará todo o possível para dar as melhores condições ao ostomizado na escola, tanto em estrutura física como em respeito e empatia por parte de todos.
Perguntas e respostas sobre o tema
Tanto o jovem ostomizado quanto os pais, familiares e amigos costumam ter perguntas sobre o que fazer. Afinal, não é um procedimento comum e nem todos sabem como tratar a situação. Por isso, vamos tentar ajudar com algumas respostas.
- Posso praticar esportes, seja na hora do recreio, seja frequentando as aulas de Educação Física? A princípio, sim. Mas é necessário observar as recomendações médicas, pois cada caso deve ser analisado individualmente.
- Como contar para meus amigos? Por vezes, pode ser difícil admitir a condição de pessoa com ostomia, temendo que isso afaste pessoas próximas. Mas, se os seus amigos realmente gostam de você, isso não será problema. Chame-os para uma conversa, conte a situação e, certamente, terá o apoio. O mesmo vale para os pais, que eventualmente temam na hora de contar para os avós, outros familiares ou mesmo amigos.
- Como me sentir seguro em ambientes públicos? É fundamental que o ostomizado sempre carregue suprimentos para contornar imprevistos. Além disso, no caso específico da escola, é importante se certificar de que a instituição oferece o apoio necessário, seja com estrutura, seja com profissionais capazes de ajudar.
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