14/09/2023

A Irrigação da colostomia é uma técnica relativamente pouco conhecida, apesar de não ser nova. Consiste em infundir um volume de água morna através do estoma, para provocar o cólon a uma resposta, na forma de eliminação de fezes. Funciona de forma semelhante ao enema (a chamada “lavagem intestinal”). Serve para “treinar” o cólon para a continência fecal, isto é, dar ao indivíduo o controle sobre o momento da eliminação das fezes.

Nem todos os ostomizados podem ser submetidos à irrigação. Apenas as pessoas que têm colostomia descendente ou sigmoide. Preferencialmente aquelas que tinham um hábito intestinal regular (evacuavam a intervalos regulares) antes da cirurgia.

O primeiro passo para decidir tentar a técnica de irrigação é conversar a respeito com o seu médico. Ele poderá orientar você sobre todas as vantagens e dificuldades do procedimento, tirar todas as suas dúvidas e indicar a você um enfermeiro estomaterapeuta com experiência na irrigação. Esse profissional é de fundamental importância para ensinar a você corretamente o passo a passo do procedimento.

Equipamentos

Os equipamentos necessários para a irrigação são:

  • bolsa de irrigação com marcação de volume e equipo com regulador de fluxo (algumas delas vêm com termômetro integrado, para controle da temperatura da água);
  • cone flexível que será inserido no estoma e;
  • manga de irrigação que recobre o estoma, tem uma abertura para manipulação do mesmo numa extremidade e a outra na extremidade oposta, que será colocada dentro do vaso sanitário.

Como realizar a irrigação da colostomia?

É importante fixar um horário para realizar o procedimento todos os dias. Isso ajudará no treinamento do cólon para assegurar a continência das fezes. O procedimento todo deverá durar em torno de uma hora. É importante ter o banheiro só para você nesse tempo.

Vídeo

Confira como é o procedimento de irrigação da colostomia:

Vídeo: Coloplast US

Criando uma rotina para a irrigação da colostomia

No início, você deverá repetir esse procedimento todos os dias, sempre no mesmo horário. É possível ir aumentando o intervalo entre as sessões de irrigação. Há quem consiga irrigar a cada 48 horas, sem nenhuma eliminação involuntária nos intervalos. Há relatos de quem consiga permanecer sem irrigar por três dias sem incidentes!

Nos intervalos entre as sessões de irrigação, tão logo você esteja treinado na técnica e tenha adquirido a confiança necessária, poderá dispensar a bolsa de ostomia. Uma pequena capa de estoma mantém o estoma fechado, garantindo higiene, conforto e discrição.

Mas atenção!

Não tente se auto aplicar a irrigação sem antes ter conversado com o seu médico e recebido as orientações necessárias do enfermeiro estomaterapeuta.

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Aprender a abraçar uma vida com uma ostomia é, sem dúvida, um desafio que requer paciência, resiliência, senso de humor e uma visão otimista do mundo. No entanto, este caminho não é muito diferente das grandes mudanças que todos nós enfrentamos em nossas vidas, como mudanças de carreira, de endereço, casamentos e a chegada de filhos. A chave está em perceber que, assim como com qualquer outra transição, a adaptação leva tempo. Lembre-se, você tem dentro de si a força necessária para florescer nessa nova fase.

Enquanto você se ajusta a essa nova realidade, saiba que sua vida pode ser tão rica e gratificante quanto era antes da cirurgia. As atividades que você ama, seja voltar ao trabalho, estudar, ter uma vida social ativa ou explorar o mundo, ainda estão à sua disposição. Cinema, jantares em restaurantes, viagens – tudo isso continua a ser parte do seu horizonte, esperando por você. Seu comprometimento com a felicidade e o bem-estar deve continuar inabalável.

Compartilhando sua História de Superacão com a ostomia

É natural que você se pergunte como compartilhar sua jornada com a ostomia com os outros. No entanto, não há motivo para preocupações. A verdade é que você pode escolher quanto deseja compartilhar – desde ter passado por uma cirurgia abdominal até ter partes do intestino retiradas. Quando se trata dos seus filhos, a honestidade direta é a melhor política. A abertura pode servir como um exemplo valioso, criando indivíduos que abraçam a diversidade e evitam preconceitos. Além disso, ao discutir questões como convivência familiar, vida sexual e aceitação com seu parceiro, você está fortalecendo ainda mais os alicerces do seu relacionamento.

Inicialmente, você pode sentir que todos os olhares estão voltados para a bolsa de ostomia sob suas roupas. Lembre-se, essa sensação é apenas uma percepção. No Brasil, há entre 150 mil e 250 mil pessoas que passam pela mesma experiência – um lembrete poderoso de que você não está sozinho nessa jornada. Às vezes, você pode se deparar com inchaços causados por gases, mas uma breve visita ao banheiro resolve isso. E se a sua ostomia se tornar ativa após uma refeição, qual é o problema? Quantas pessoas não sentem a necessidade de ir ao banheiro após comer?

Redefinindo sua Realidade com Otimismo

O processo de adaptação é uma oportunidade de redefinir a sua realidade e priorizar o seu bem-estar emocional e físico. Você está construindo uma nova versão de si mesmo, uma que é fortalecida pela resiliência e determinação. Cada passo que você dá em direção a aceitar e viver plenamente com a sua ostomia é um triunfo. A paciência que você demonstra, a coragem que você exibe e a positividade que você cultiva são alicerces sólidos para uma vida plena e realizada.

Então, lembre-se que você é um exemplo vivo de superação. Sua jornada com a ostomia é um testemunho inspirador de como a força interior pode vencer qualquer desafio. Continue a abraçar a vida com paixão, buscando as alegrias que estão ao seu alcance. Você não está simplesmente vivendo com uma ostomia – você está prosperando com ela. Sua jornada é uma inspiração para todos nós, lembrando-nos que a vida é uma aventura a ser abraçada, independentemente das curvas que encontramos no caminho.

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Se, por um lado, ser um ostomizado traz uma série de desafios ao dia-a-dia, por outro, existe no Brasil uma série de regras e direitos, que buscam garantir uma melhor qualidade de vida para essas pessoas.

Em primeiro lugar: ostomizados são considerados pela legislação como portadores de deficiência e, portanto, desde que cumpram os pré-requisitos definidos na forma da lei, têm os mesmos direitos garantidos aos demais portadores de deficiências:

  • aquisição de veículos adaptados com isenção de impostos (IPI, IOF, ICMS, IPVA);
  • isenção de rodízio municipal de veículos, nos municípios que adotam o sistema, como por exemplo São Paulo, capital;
  • isenção da tarifa em transportes urbanos coletivos em alguns estados e municípios;
  • estacionar o veículo em vaga para deficientes nos shopping centers, supermercados e demais estacionamentos públicos;
  • recebimento do benefício da prestação continuada, que é aquele valor (um salário mínimo mensal), pago pelo INSS a pessoas com deficiência em situação de fragilidade social.

Sistema Único de Saúde (SUS) tem serviços especializados no atendimento das pessoas que têm ostomias: os **Serviços de Atenção à Pessoa Ostomizada**. Essas unidades de saúde são responsáveis por promover ações de educação e autocuidado, além de desenvolverem iniciativas focadas na reabilitação, na prevenção de complicações e na capacitação dos profissionais de saúde.O SUS também fornece os materiais e equipamentos necessários ao cuidado com a ostomia. Informe-se na unidade de saúde mais próxima sobre como fazer para receber os insumos e cuidados que você precisa.

Desde maio de 2013, todos os planos de saúde são obrigados a fornecer as bolsas coletoras e demais equipamentos, além dos demais equipamentos de proteção e segurança, quando indicados. Se você tem um plano ou seguro-saúde, verifique junto à sua operadora o procedimento correto para fazer jus a esse direito.

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